Piscina Exterior

A água estava óptima, como sempre. Nadei algumas piscinas e na última, quando vim ao de cima, olhei o terraço, vendo uma silhueta no mesmo. Passei as mãos pelos olhos, como que a pedir que a minha visão se focasse e foi aí que reconheci aquele corpo. Era ele...
Não, não o iria tentar matar, estava demasiado cansada para isso. E para dizer a verdade, também não estava com vontade. Bati com os punhos na água e no momento em que esta me salpicou para a cara, ouvi um estrondo. O meu corpo estremeceu e eu sobressaltei-me, virando-me na direcção do som.- reece? - murmurei para mim, ao ver um corpo muito parecido ao dele, estendido no chão. Olhei o terraço e quando já não vi lá a sua silhueta percebi de que aquele era ele.- oh não..- saí da piscina a correr e fui até ele, ajoelhando-me junto do seu corpo. Agarrei a sua cara com as minhas mãos e dei pequenas chapadinhas na mesma.- reece, acorda! - murmurei.- acorda!

Estremeci com aquele sussurro e alguma coisa me fez tossir levemente. Abri os olhos e vi-a. Boa, agora é que morria de vez... mas... ela não estava a matar-me, estava a dizer para acordar. Sentei-me passando a mão pela testa e afastando-me ligeiramente. Olhei para o chão à espera de ver sangue ou coisa parecida e Marvin apareceu à minha frente assustando-me, mas ela não pode ter visto porque não ficou impressionada.
-Acredita, estou à mais de dez anos a tentar convencer-te e e morri depois de ti. - agarrei-me à parede levantando-me.

Larguei a sua cara e fiquei a olhar as minhas mãos durante alguns segundos. Ainda conseguia sentir o suave da sua pele nas mesmas. Abanei a cabeça com os dentes cerrados e olhei-o.
- Estás bem? - levantei-me, estendendo-lhe a minha mão.- precisas de alguma coisa? - murmurei.

Olhei para a mão dela que estava estendida na minha direcção subi o olhar para ela.
-Não preciso de nada de alguém que me quer matar - disse baixando o olhar e assustei-me quando mexi os ombros e senti todas as minhas costas estalarem, cada osso, um por um. Abri muito os olhos olhando para o chão e evitando-a. - vou.. para o quarto.

Revirei os olhos com o que ele disse e continuei com a minha mão estendida para ele.
- Eu não te matei pois não? Apesar de querer eu não o fiz.- murmurei.- quer dizer, eu já nem sei se quero.- saiu-me. Arregalei os olhos e abanei a cabeça.- não, é claro que quero.- disse e os meus olhos abriram-se ainda mais quando ouvi as suas costas estalarem. Fiz uma careta e aproximei-me dele, o suficiente para o conseguir ajudar a levantar-se.- cala-te.- resmunguei.- e levanta-te com cuidado, podes ter alguma coisa partida.

Passei a mão pela testa novamente quando ela começou com umas confusões que também me confundiam.
-Afinal queres ou não? - perguntei olhando-a - É que se queres, dá-me uma explicação lógica, porque eu não matei ninguém e nem sequer sabia que tinhas uma irmã. - Marvin olhou-a.
-Oh bruxinha podes querer que ele não está com nada partido. Quer dizer já esteve - fiz uma cara confusa abanando a cabeça e desapareceu - boa sorte.

Afinal queres ou não? Pois.
Apenas fingi não ter ouvido a sua pergunta e continuei a tentar levantá-lo.- fogo, o que é que tu comes? - resmunguei e larguei-o, apontando-lhe a minha mão e fiz com que ele levitasse e deitei-o, tudo com o poder da minha mente, numa espreguiçadeira. Sentei-me na pontinha da mesma e comecei a apalpá-lo, para verificar se ele tinha partido alguma coisa.

Arregalei os olhos quando de um momento para o outro, enquanto ela me olhava, eu fui parar do chão para uma espreguiçadeira. Deixei-me ficar parado e vi-a sentar-se ao meu lado. Estremeci quando ela me começou a tocar. Oh god, mãos macias. Suspirei mas logo acordei.
-Não queres apalpar outra coisa? - perguntei mal humorado.

Estava tudo no sítio. Como sempre esteve, os seus olhos azuis, o seu maxilar definido, o seu cabelo encaracolado...Cleo! O quê? Não podemos ter uma presa jeitosa? Suspirei levemente e só quando me apercebi do que é que ele tinha perguntado, ergui o meu olhar para a sua cara e revirei os olhos.
- Claro que quero.- mostrei-lhe o meu melhor sorriso. Passei uma mão pela sua cara e fui descendo a mesma, até lhe acertar no abono.- já está.- sorri cínica.

Olhei-a desconfiado quando começou a acariciar-me a cara com aquele sorriso. Engoli em seco e abri a boca sem respirar durante alguns segundos enquanto me queixava agarrado aos meus meninos. Fechei os olhos e devo ter desmaiado porque não me lembro de adormecer.

Revirei os olhos e levantei-me enquanto o ouvia queixar-se com dores. Virei-me para ele, já de pé, e apontei-lhe o dedo.
- Para a próxima cuidado com o que pedes, sou obediente.- pisquei-lhe o olho e engoli em seco quando o vi fechar os olhos e não os voltar a abrir.- Reece! - gritei de olhos arregalados e ajoelhei-me ao pé da espreguiçadeira, dando-lhe chapadinhas na cara.- oh meu deus, desculpa.- murmurei sentindo-me culpada. Wtf? Nunca sentiste isso.- vá lá.- continuei a tentar acordá-lo.- acorda!

Abri os olhos meio atordoado e ouvi um riso feminino.
-És tão fraquinho Reece - disse-me Natalie ao meu lado, apesar de eu não a ver. Pestanejei algumas vezes e sentei-me na espreguiçadeira olhando-a.
-Estava a brincar - disse pela segunda vez nesta noite e passei as mãos pela cara. - Eu vou tentar dormir.

Revirei os olhos chateada e saltei-lhe para cima, esmurrando o seu peito.
- Mas tu achas que isto tem piada é? Eu pensei que te tinha morto seu coiso irritante.- resmunguei enquanto o tentava magoar. Comecei a sentir de novo tonturas e levei uma mão à cabeça, fechando os olhos e respirando fundo para me controlar. Eu estava no seu colo....? As dores pararam e sem que eu desse por isso, adormeci, ou desmaiei...ok, fechei os olhos.

-Eu estava a brincar quanto ao facto de me apalpares não de ter desmaiado - resmunguei fazendo uma careta confusa e olhei-a enquanto me tentava magoar, mas nada verdade ela parecia que nem me tocava. Simplesmente não doía nada. Arregalei os olhos quando ela caiu com a cabeça no meu ombro e desmaiou, tal como eu. Levantei-me devagar com ele ao colo sem saber para onde ir. Não a podia levar para o meu quarto. Suspirei e comecei a ir até ao jardim, de novo.

Sentei-me na borda da piscina quando lá cheguei e toquei com a ponta dos meus dedos nos lábios.
- Eu...beijei-o...- murmurei ainda incrédula comigo própria. Bem, a única explicação possível era a pena que eu sentira dele naquele momento, sim era isso, só podia. Mergulhei os meus pés na água e fui chapinhando enquanto me tentava esquecer do que fizera.